A Importância de Educar a Si Mesmo Nasce da Necessidade de Melhorar um Todo
Desde o início dos tempos, o homem é responsável pela degradação do meio ambiente, seja em vista do crescimento populacional desmedido, que descontrolou sua espécie, inclusive seu comportamento predatório, entre outros fatores. Não obstante a terra ter recursos suficientes para atender as necessidades dos homens, embora não satisfatórios para atingir os objetivos de suas ganâncias, como bem preconizava Mahatma Gandhi.
Nós continuamos praticando o uso insustentável dos recursos naturais, destruindo os rios, arrasando as florestas e esgotando o mar, e com isso, seguimos comprometendo as bases naturais da nossa economia, nossa sociedade e civilização.
Nós continuamos praticando o uso insustentável dos recursos naturais, destruindo os rios, arrasando as florestas e esgotando o mar, e com isso, seguimos comprometendo as bases naturais da nossa economia, nossa sociedade e civilização.
Decerto, o desafio que a humanidade tem projetado não é simples. E se não procurarmos melhorar nosso comportamento poucas oportunidades terão nossos descendentes de ter um lugar belo como o que nós conhecemos. Ensina o professor espanhol Jesús Jordano Fraga que a soberania, a própria estrutura da sociedade e do Direito Internacional, e, em definitiva, o egoísmo dos Estados e dos indivíduos, nos dirigem a uma dinâmica de autodegradação impulsionada pelo benefício econômico em curto prazo.
Todavia, apesar dos efeitos danosos, ainda existe espaço para o otimismo. A humanidade é capaz ao mesmo tempo de realizar o pior e o melhor. Observam-se várias iniciativas de conscientização de que ações devem ser freadas e reparadas e que se pode aproveitar os recursos naturais sem grandes agressões. Não há como manter o ambiente intocável, uma vez que precisamos dele como elemento base para nossas atividades, porém, é preciso ter a noção de sustentabilidade e aplicá-la em nosso cotidiano. É uma peleja que passa a fazer parte da vida de cada um. É na verdade uma reeducação em nossos atos e gastos.
Em que pese seja crucial investir e insistir na nossa reeducação é interessante destacar ser um trabalho de grande complexidade, ademais, não teremos resultados rápidos, e isso se explica, os dados e efeitos são lentos enquanto que as mudanças para o pior são fulminantes. Essa lentidão para os bons resultados também deve estar presente em nossa conscientização, em virtude de não desistirmos de realizar nossas ações com o objetivo de um mundo mais solidário.
Nesse sentido, é importante ter em prática que a educação ambiental em suas mais variadas formas “surge da necessidade de esclarecer e educar pessoas de forma crítica para assumir uma posição filosófica e prática que defenda os princípios da vida, que estariam no respeito dos ecossistemas, sistemas culturais e sociais e desenvolvimento da pessoa na sua existencialidade.” (MOSQUERA, 1984)
Quando o tema é educação, remete-se inicialmente e quase sempre à escola. Entretanto, além da educação ambiental nas escolas, é necessário um complemento para modificar os maus costumes com a realização de um trabalho de conscientização extraescolar. É indispensável a extensão, acesso e envolvimento desse trabalho a toda a comunidade, ou seja, uma integração entre escola e sociedade em geral.
A educação acadêmica (formal) e extra-acadêmica (não formal e informal) sobre o meio ambiente resulta, por conseguinte, de importância crítica. Com esse labor, a escola não forma somente profissionais para determinadas áreas de interesses, mas também, pessoas preparadas para tentar reequilibrar o meio ambiente, cuidando de seu entorno como se fora seus próprios corpos e mentes porque têm a concepção de que em realidade o estão.
Educar para o futuro, segundo CAÑELLAS e NEGRE, será desenvolver-se sob critérios de necessidades reais, de equilíbrio e mesura. Será educar para a solidariedade entre os homens e os povos. Seria, em definitiva, aprofundar em múltiplos aspectos que a educação ambiental hoje em dia já contempla de forma meridiana.
São vários os meios para conquistar a participação da sociedade: comercial, gratuita, política, impositiva, educadora. Crer que é extremamente necessária uma sociedade voluntária ambiental é o mesmo que crer em uma sociedade direcionada a um mundo mais consciente e equilibrado.
Propagar os conhecimentos, conscientizar a população, agir, participar dos acontecimentos, seja para alertar dos possíveis perigos ou para apoiá-los, é uma tarefa que deve ser exercida por todos, especialmente por aqueles que detêm um conhecimento mais apurado sobre o tema.
É um dever moral agir em prol da melhoria da situação ambiental. São trabalhos como esses, diretamente com a população que possibilita obter bons resultados. Inclusive porque a escola não consegue exercer esse papel de forma isolada. Por isso, a importância de um trabalho conjunto, não obstante, impulsionado pela consciência individual, para atingir um único objetivo – a solidariedade intergeracional de todos os povos.
Vescijudith Fernandes Moreira,
Advogada,
Doutora em Direito ambiental – Universidad de Salamanca
Você poderá encontrar Qual o papel das mães na história?
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