O Que é Educação
Brandão, Carlos Rodrigues. O Que é Educação. (33ª ed) SP: Brasiliense 1995. (Coleção Primeiros Passos) 116 páginas.
O livro O que é educação, escrito por Carlos Rodrigues Brandão, foi publicado pela primeira vez em 1981 chegando à sua 43a edição em 2003. Carlos Rodrigues Brandão é doutor em Ciências Sociais pela USP-Universidade de São Paulo (1980) e pós-doutor em Antropologia pela UNPER-Itália (1992). Atualmente é professor visitante no Instituto de Geografia, como docente e orientador de mestrandos na Pós-graduação
Mestrado/Doutorado em Geografia da Universidade Federal de Uberlândia. Possui inúmeras publicações nas áreas da Educação, Antropologia, e Psicologia.
Essa obra aborda o tema “educação”. Descreve sobre suas principais características, o significado social, sua história, sua finalidade. Ela se divide em 10 capítulos, sendo o último constituído de indicações de leitura.
No primeiro capítulo, Brandão faz uma reflexão, que todos vivemos em situações que envolvem aprendizagens, sendo: na rua, no lar, na tribo, enfim na vida social. O autor fala sobre a educação indígena, que os pequenos aprendem com ensinamentos dos adultos, realiza diversas discussões sobre as forma de aprendizagens de um povo, de cada povo e entre os povos, sendo definida de diversas maneiras.
Assim, a educação é um meio de atender as necessidades reais do homem.
No segundo capítulo, o autor nos mostra que a educação pode ocorrer onde não há escola e por toda parte pode haver redes e estruturas sociais de transferência de saber de uma geração a outra, onde ainda não foi sequer criada à sombra de algum modelo de ensino formal e centralizada. A evolução e a subjetividade de cultura conduziram o homem à transmissão do conhecimento, inserido em prática social, deensinar-aprender-ensinar.
Nesse mesmo capitulo, o sociólogo mostra a educação nas aldeias dos grupos tribais, as crianças aprendem imitando com o gesto de quem ensina fazer as coisas.
Conforme Brandão, a socialização é responsável pela transmissão do conhecimento, ou seja, ninguém aprende sozinho. O saber que cada indivíduo aprende, depende do seu meio social. O educador desempenha um papel importante nesta interação, quando ele acreditar que a educação é capaz de transformar os homens.
No terceiro capítulo, o autor discute entre o “trabalho” e o “poder” se dividem mesmos nas sociedades primitivas. O “saber” se separa do “fazer”, passando a ser utilizado como forma de dominação de uns sobre os outros. Com essas separações surgem novas categorias de estudos com saberes especializados, dentre elas, a “pedagogia” e a escola. Assim, com o surgimento da escola o ensino tornou-se diferente para a sociedade daquela época.
No quarto capítulo, Brandão traz a discussão, sobre a educação na antiguidade clássica, descreve sobre a educação na Grécia que preparava o homem à vida na polis através da formação do “bom cidadão”, visando sua atuação política e social. Esse sistema educativo centrava-se na busca da verdade e da beleza por meio do estudo da filosofia, da retórica, das virtudes, das artes e da ginástica, e o pedagogo era o sujeito que conduzia as crianças até as escolas para serem instruídas.
No quinto capítulo, o autor disserta sobre a educação de Roma antiga, faz distinções entre a educação romana e a grega. O segundo tipo era destinado aos cidadãos nobres livres, enquanto o primeiro tipo era destinado para todos os romanos. No sistema educacional romano, quando algum nobre abandona a terra para dedicar-se a política, surgem às primeiras agências de educação, começa a haver um modelo de educação para cada um, e um limite entre um modelo e outro.
No sexto capítulo, o autor busca compreender o conceito de educação, como também as discussões sobre o tema em estudo e faz críticas severas a educação brasileira, sobre as finalidades da mesma, embora haja críticas pelos educadores, pelos estudantes e pela sociedade me geral, questiona “a que e a quem serve a educação”. São questões norteadoras para uma reflexão crítica sobre a atuação da ação pedagógica no sistema educacional brasileiro. Com relação ao questionamento sobre a idéia do que é o fim da educação é “perfeição”. Mas, que perfeição é esta? Quem a define? Ela é universal para todas as culturas? Dessa forma, o autor parte dos pressupostos de Durkeim “A educação é a ação exercida pelas gerações adultas que não se encontram ainda preparadas para a vida social, tem por objetivo suscitar e desenvolver na criança na criança certo número de estados físicos, intelectuais e morais reclamos pela sociedade política no seu conjunto e pelo meio especial a que aquela criança, particularmente se destina”.
Assim, a educação se constitui uma prática social que inculca todo tipo de saber, seja científica, cultural ou cotidiano.
No oitavo capítulo, o autor questiona sobre a educação universal. Segundo o mesmo, a educação é uma prática social, que tem por finalidade desenvolver aprendizagens nos seres humanos, Brandão reflete sobre “a educação permanente”, um tipo de educação em que o indivíduo deve acompanhar as transformações do mundo, os sujeitos sociais devem estudar continuamente, para atender às exigências do mercado de trabalho. O Autor denuncia o “utopismo pedagógico” que significa a educação capaz de transformar o mundo. Com base nos pensamentos freirianos, diz a educação não é suficiente para transformar uma sociedade, mas sem ela essa transformação é impossível.
Continuando com as discussões, no nono capítulo, Brandão mostra à realidade da educação no Brasil, como ela se deu, diferente de outros países. No sistema educacional brasileiro por ele citado é dito como um sistema onde a classe dominante política é quem controla e faz questionamentos, ”porque a educação é inevitável”. Outra indagação “porque a educação existe de mais modos do que se pensa e, aqui mesmo alguns deles servir ao trabalho outro tipo de mundo”. No mesmo capítulo, o controle sobre o saber se faz em boa medida através do controle sobre o que se ensina e a quem se ensina. A reflexão sobre a educação nesse contexto e de que ela é essencial para qualquer indivíduo, a forma de aprendizagem é que depende da maneira de como o saber é transmitido.
Assim sendo, encontramos nessa obra formas diferentes de educar, restar-nos saber qual será a melhor maneira de ensinar e aprender.
A obra mostrou a educação de maneira neutra, diferente dos pensadores em educação que tomam partido para conflito ou consenso sobre o tema, enquanto Brandão mostrou a educação como ela acontece, críticas e reflexões para um repensar sobre a educação.
Possui uma abordagem sociológica e acessível, dirigido para educadores, educando, escritores, leitores, ou para quem tiver interesse pelo tema “O que é educação”.
Todas as concepções descritas nele trazem reflexões acerca do que é educação, desde a antiguidade até os dias atuais. Suas contribuições para o desenvolvimento de um sistema educacional, onde valoriza a realização humana.
O autor faz uma análise detalhada e histórica sobre o tema à educação.
Sua maior contribuição nessa obra é apontar a educação como uma prática social em constante processo de transformação, para isso é necessário um comprometimento maior por parte dos educadores, que são os agentes transformadores nesse processo.
Texto Feito por Eliane Gonçalves
Veja Também A PRÁTICA PEDAGÓGICA DOS PROFESSORES DO ENSINO FUNDAMENTAL:PERSPECTIVAS E DESAFIOS
Brandão, Carlos Rodrigues. O Que é Educação. (33ª ed) SP: Brasiliense 1995. (Coleção Primeiros Passos) 116 páginas.
O livro O que é educação, escrito por Carlos Rodrigues Brandão, foi publicado pela primeira vez em 1981 chegando à sua 43a edição em 2003. Carlos Rodrigues Brandão é doutor em Ciências Sociais pela USP-Universidade de São Paulo (1980) e pós-doutor em Antropologia pela UNPER-Itália (1992). Atualmente é professor visitante no Instituto de Geografia, como docente e orientador de mestrandos na Pós-graduação
Mestrado/Doutorado em Geografia da Universidade Federal de Uberlândia. Possui inúmeras publicações nas áreas da Educação, Antropologia, e Psicologia.
Essa obra aborda o tema “educação”. Descreve sobre suas principais características, o significado social, sua história, sua finalidade. Ela se divide em 10 capítulos, sendo o último constituído de indicações de leitura.
No primeiro capítulo, Brandão faz uma reflexão, que todos vivemos em situações que envolvem aprendizagens, sendo: na rua, no lar, na tribo, enfim na vida social. O autor fala sobre a educação indígena, que os pequenos aprendem com ensinamentos dos adultos, realiza diversas discussões sobre as forma de aprendizagens de um povo, de cada povo e entre os povos, sendo definida de diversas maneiras.
Assim, a educação é um meio de atender as necessidades reais do homem.
No segundo capítulo, o autor nos mostra que a educação pode ocorrer onde não há escola e por toda parte pode haver redes e estruturas sociais de transferência de saber de uma geração a outra, onde ainda não foi sequer criada à sombra de algum modelo de ensino formal e centralizada. A evolução e a subjetividade de cultura conduziram o homem à transmissão do conhecimento, inserido em prática social, deensinar-aprender-ensinar.
Nesse mesmo capitulo, o sociólogo mostra a educação nas aldeias dos grupos tribais, as crianças aprendem imitando com o gesto de quem ensina fazer as coisas.
Conforme Brandão, a socialização é responsável pela transmissão do conhecimento, ou seja, ninguém aprende sozinho. O saber que cada indivíduo aprende, depende do seu meio social. O educador desempenha um papel importante nesta interação, quando ele acreditar que a educação é capaz de transformar os homens.
No terceiro capítulo, o autor discute entre o “trabalho” e o “poder” se dividem mesmos nas sociedades primitivas. O “saber” se separa do “fazer”, passando a ser utilizado como forma de dominação de uns sobre os outros. Com essas separações surgem novas categorias de estudos com saberes especializados, dentre elas, a “pedagogia” e a escola. Assim, com o surgimento da escola o ensino tornou-se diferente para a sociedade daquela época.
No quarto capítulo, Brandão traz a discussão, sobre a educação na antiguidade clássica, descreve sobre a educação na Grécia que preparava o homem à vida na polis através da formação do “bom cidadão”, visando sua atuação política e social. Esse sistema educativo centrava-se na busca da verdade e da beleza por meio do estudo da filosofia, da retórica, das virtudes, das artes e da ginástica, e o pedagogo era o sujeito que conduzia as crianças até as escolas para serem instruídas.
No quinto capítulo, o autor disserta sobre a educação de Roma antiga, faz distinções entre a educação romana e a grega. O segundo tipo era destinado aos cidadãos nobres livres, enquanto o primeiro tipo era destinado para todos os romanos. No sistema educacional romano, quando algum nobre abandona a terra para dedicar-se a política, surgem às primeiras agências de educação, começa a haver um modelo de educação para cada um, e um limite entre um modelo e outro.
No sexto capítulo, o autor busca compreender o conceito de educação, como também as discussões sobre o tema em estudo e faz críticas severas a educação brasileira, sobre as finalidades da mesma, embora haja críticas pelos educadores, pelos estudantes e pela sociedade me geral, questiona “a que e a quem serve a educação”. São questões norteadoras para uma reflexão crítica sobre a atuação da ação pedagógica no sistema educacional brasileiro. Com relação ao questionamento sobre a idéia do que é o fim da educação é “perfeição”. Mas, que perfeição é esta? Quem a define? Ela é universal para todas as culturas? Dessa forma, o autor parte dos pressupostos de Durkeim “A educação é a ação exercida pelas gerações adultas que não se encontram ainda preparadas para a vida social, tem por objetivo suscitar e desenvolver na criança na criança certo número de estados físicos, intelectuais e morais reclamos pela sociedade política no seu conjunto e pelo meio especial a que aquela criança, particularmente se destina”.
Assim, a educação se constitui uma prática social que inculca todo tipo de saber, seja científica, cultural ou cotidiano.
No oitavo capítulo, o autor questiona sobre a educação universal. Segundo o mesmo, a educação é uma prática social, que tem por finalidade desenvolver aprendizagens nos seres humanos, Brandão reflete sobre “a educação permanente”, um tipo de educação em que o indivíduo deve acompanhar as transformações do mundo, os sujeitos sociais devem estudar continuamente, para atender às exigências do mercado de trabalho. O Autor denuncia o “utopismo pedagógico” que significa a educação capaz de transformar o mundo. Com base nos pensamentos freirianos, diz a educação não é suficiente para transformar uma sociedade, mas sem ela essa transformação é impossível.
Continuando com as discussões, no nono capítulo, Brandão mostra à realidade da educação no Brasil, como ela se deu, diferente de outros países. No sistema educacional brasileiro por ele citado é dito como um sistema onde a classe dominante política é quem controla e faz questionamentos, ”porque a educação é inevitável”. Outra indagação “porque a educação existe de mais modos do que se pensa e, aqui mesmo alguns deles servir ao trabalho outro tipo de mundo”. No mesmo capítulo, o controle sobre o saber se faz em boa medida através do controle sobre o que se ensina e a quem se ensina. A reflexão sobre a educação nesse contexto e de que ela é essencial para qualquer indivíduo, a forma de aprendizagem é que depende da maneira de como o saber é transmitido.
Assim sendo, encontramos nessa obra formas diferentes de educar, restar-nos saber qual será a melhor maneira de ensinar e aprender.
A obra mostrou a educação de maneira neutra, diferente dos pensadores em educação que tomam partido para conflito ou consenso sobre o tema, enquanto Brandão mostrou a educação como ela acontece, críticas e reflexões para um repensar sobre a educação.
Possui uma abordagem sociológica e acessível, dirigido para educadores, educando, escritores, leitores, ou para quem tiver interesse pelo tema “O que é educação”.
Todas as concepções descritas nele trazem reflexões acerca do que é educação, desde a antiguidade até os dias atuais. Suas contribuições para o desenvolvimento de um sistema educacional, onde valoriza a realização humana.
O autor faz uma análise detalhada e histórica sobre o tema à educação.
Sua maior contribuição nessa obra é apontar a educação como uma prática social em constante processo de transformação, para isso é necessário um comprometimento maior por parte dos educadores, que são os agentes transformadores nesse processo.
Texto Feito por Eliane Gonçalves
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