O JN no Ar visitou Caucaia, no Ceará. Os alunos da escola pública com pior desempenho no Ideb no município ficam sem transporte por causa das chuvas nesta época. Na que recebeu a melhor avaliação, o interesse maior é pelo projeto de reforço na alfabetização.
Tem 325 mil moradores e mais da metade é pobre, segundo o IBGE.
A equipe do JN no Ar viu lições que podem servir de exemplo para todo o país. Esta reportagem da blitz do JN no Ar é basicamente uma reportagem de serviço sobre dois pontos muito importantes para a educação brasileira: a alfabetização e a deficiência do ensino de muitas escolas públicas. Como se pode melhorar a alfabetização? Qual a lição da escola de excelência? Como se pode melhorar a situação da escola com tantas deficiências? E as dicas do especialista Gustavo Ioschpe.
Os alunos que frequentam a escola que conseguiu nota 5,4 no índice de avaliação do Ministério da Educação são nota dez em alegria e simpatia. É a melhor da região e tem quase a mesma média, por exemplo, do ensino público de um estado como São Paulo, 5,5.
Para chegar à outra escola, a equipe do JN no Ar percorreu 20 quilômetros, da cidade até a zona rural. É a instituição de menor nota que foi visitada até agora: 2,1 no Ideb.
A viagem começou na terça-feira (17). A equipe decolou à noite de Vitória, no Espírito Santo, percorreu 1.850 quilômetros em duas horas e vinte minutos e, no início da madrugada, pousou em Fortaleza. Nesta quarta-feira (18) cedinho, partiu em direção à zona rural de Caucaia.
Primeiro, asfalto e buracos. E depois, terra, água e lama. Passaram sem muita dificuldade. Mas não é o que acontece com a maioria dos alunos. Nesta época do ano, o transporte escolar é suspenso, por causa do período de chuva e o índice de falta e atrasos aumenta. “É difícil o acesso, é muita lama”, destacou uma professora.
As aulas começaram às 7h e, por volta das 8h25, ainda havia alunos chegando à escola. “Nós viemos a pé porque o carro não está passando, a estrada está ruim”, contou um deles.
Oficialmente a escola tem três salas. Mas uma é improvisada na entrada e, nesta quarta, estava vazia. As outras duas salas são ocupadas por várias turmas e alunos de diferentes séries e idades.
A equipe do JN no Ar acompanhou a aula da professora Maria Ivonei. Ela é formada em pedagogia e recebe R$ 1.700 por mês. Tem alunos de 7 aos 13 anos, todos ainda na fase alfabetização.
O especialista Gustavo Ioschpe tentou entender como é a rotina da aula, quantas horas de aprendizagem de verdade.
A professora contou que chega por volta das 7h15 e os alunos chegam 8h, 8h30. A aula termina às 11h. Então na prática são mais ou menos duas horas de aula.
Na escola pública que recebeu a melhor avaliação, o interesse maior é pelo projeto de reforço na alfabetização. Por isso, a equipe foi direto para a sala da professora Josefa do Nascimento, formada em pedagogia com pós-graduação em administração escolar e salário de R$ 2 mil.
“É muito importante quando uma aula tem um processo, uma disciplina, um ordenamento, os alunos sabem o que têm que fazer, tem um material e que tem uma agenda do dia de atividades, que fica clara para todos”, destacou Ioschpe.
É importante ter uma agenda das atividades escolares, com objetivos diários. A organização e método são fundamentais para esta fase tão importante.
“A alfabetização é basilar, é fundação para todo o resto do processo educacional do aluno. É muito importante que a escola tenha uma organização, que tenha procedimento, que o professor saiba o que ele tem que fazer, que tenha material de apoio. E o aluno também saiba aquilo que vai ser feito. Quando as coisas são deixadas muito ao léu, que cada professor e cada diretor tem que reinventar a roda e recriar, a cada turma, a cada semestre, a cada ano, os resultados costumam sofrer”, explicou o especialista.
A comparação com a escola rural é inevitável. São as contradições do Brasil que assustam ainda mais na educação. Uma sala de informática estava cheia de computadores, mas todos cobertor porque não havia luz. Enquanto isso, nas salas de aula, falta professores para alunos de várias séries, os alunos ficam todos juntos.
“É importante ressaltar que, mesmo em escolas com essas condições de dificuldade, há coisas que podem ser feitas para melhorar. Por exemplo, a gente vê aulas aqui em que a professora coloca muita matéria no quadro e os alunos passam muito tempo copiando aquela matéria ou respondendo perguntas de um livro. Isso são coisas que podiam ser feitas em casa, como dever de casa”, orientou Ioschpe.
A professora Sandra Regina, formada em pedagogia e com especialização em educação infantil conta com poucos recursos para alfabetizar brasileirinhos, mas não perde o entusiasmo: “Eu vou conseguir alfabetizar essas crianças com certeza. Até o final do ano se Deus quiser”, contou ela.
Fonte:JN
Os alunos que frequentam a escola que conseguiu nota 5,4 no índice de avaliação do Ministério da Educação são nota dez em alegria e simpatia. É a melhor da região e tem quase a mesma média, por exemplo, do ensino público de um estado como São Paulo, 5,5.
Para chegar à outra escola, a equipe do JN no Ar percorreu 20 quilômetros, da cidade até a zona rural. É a instituição de menor nota que foi visitada até agora: 2,1 no Ideb.
A viagem começou na terça-feira (17). A equipe decolou à noite de Vitória, no Espírito Santo, percorreu 1.850 quilômetros em duas horas e vinte minutos e, no início da madrugada, pousou em Fortaleza. Nesta quarta-feira (18) cedinho, partiu em direção à zona rural de Caucaia.
Primeiro, asfalto e buracos. E depois, terra, água e lama. Passaram sem muita dificuldade. Mas não é o que acontece com a maioria dos alunos. Nesta época do ano, o transporte escolar é suspenso, por causa do período de chuva e o índice de falta e atrasos aumenta. “É difícil o acesso, é muita lama”, destacou uma professora.
As aulas começaram às 7h e, por volta das 8h25, ainda havia alunos chegando à escola. “Nós viemos a pé porque o carro não está passando, a estrada está ruim”, contou um deles.
Oficialmente a escola tem três salas. Mas uma é improvisada na entrada e, nesta quarta, estava vazia. As outras duas salas são ocupadas por várias turmas e alunos de diferentes séries e idades.
A equipe do JN no Ar acompanhou a aula da professora Maria Ivonei. Ela é formada em pedagogia e recebe R$ 1.700 por mês. Tem alunos de 7 aos 13 anos, todos ainda na fase alfabetização.
O especialista Gustavo Ioschpe tentou entender como é a rotina da aula, quantas horas de aprendizagem de verdade.
A professora contou que chega por volta das 7h15 e os alunos chegam 8h, 8h30. A aula termina às 11h. Então na prática são mais ou menos duas horas de aula.
Na escola pública que recebeu a melhor avaliação, o interesse maior é pelo projeto de reforço na alfabetização. Por isso, a equipe foi direto para a sala da professora Josefa do Nascimento, formada em pedagogia com pós-graduação em administração escolar e salário de R$ 2 mil.
“É muito importante quando uma aula tem um processo, uma disciplina, um ordenamento, os alunos sabem o que têm que fazer, tem um material e que tem uma agenda do dia de atividades, que fica clara para todos”, destacou Ioschpe.
É importante ter uma agenda das atividades escolares, com objetivos diários. A organização e método são fundamentais para esta fase tão importante.
“A alfabetização é basilar, é fundação para todo o resto do processo educacional do aluno. É muito importante que a escola tenha uma organização, que tenha procedimento, que o professor saiba o que ele tem que fazer, que tenha material de apoio. E o aluno também saiba aquilo que vai ser feito. Quando as coisas são deixadas muito ao léu, que cada professor e cada diretor tem que reinventar a roda e recriar, a cada turma, a cada semestre, a cada ano, os resultados costumam sofrer”, explicou o especialista.
A comparação com a escola rural é inevitável. São as contradições do Brasil que assustam ainda mais na educação. Uma sala de informática estava cheia de computadores, mas todos cobertor porque não havia luz. Enquanto isso, nas salas de aula, falta professores para alunos de várias séries, os alunos ficam todos juntos.
“É importante ressaltar que, mesmo em escolas com essas condições de dificuldade, há coisas que podem ser feitas para melhorar. Por exemplo, a gente vê aulas aqui em que a professora coloca muita matéria no quadro e os alunos passam muito tempo copiando aquela matéria ou respondendo perguntas de um livro. Isso são coisas que podiam ser feitas em casa, como dever de casa”, orientou Ioschpe.
A professora Sandra Regina, formada em pedagogia e com especialização em educação infantil conta com poucos recursos para alfabetizar brasileirinhos, mas não perde o entusiasmo: “Eu vou conseguir alfabetizar essas crianças com certeza. Até o final do ano se Deus quiser”, contou ela.
Fonte:JN
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