O professor pode ser fonte de motivação para o aluno?


O professor pode ser fonte de motivação para o aluno?

A motivação do aluno para os estudos é considerada um fator de suma importância

para o êxito escolar. Podemos definir motivação como a força propulsora

interior a cada pessoa que estimula, dirige e mobiliza, ou seja, conduz o sujeito


à ação com empenho e entusiasmo.

Na literatura, encontram-se dois tipos de motivação: a) Motivação

intrínseca: baseada em um interesse pessoal. Possui

como características a autonomia e o autocontrole. Por

exemplo: o aluno estuda História da África para entender

sua condição de negro. b) Motivação extrínseca: baseada em

recompensas materiais e sociais. Quando o sujeito se dirige

a um determinado objetivo estimulado por aspectos corre-

latos que dele podem resultar. Por exemplo: o aluno estuda

História da África para ser aprovado no vestibular.

Destacamos três fatores que podem influenciar significativamente

a motivação:

• O significado que o conteúdo e a disciplina têm

para o aluno

O significado do conteúdo e da disciplina varia de acordo

com as metas e os objetivos de vida de cada um. Caso não

se perceba a utilidade, o interesse e o esforço tendem a diminuir

à medida que o aluno se pergunta que serventia tem

aquilo que o professor lhe ensina. É importante colocar para

os alunos problemas ou interrogações, despertar a curiosidade

deles, mostrando a relevância que pode ter a realização

da tarefa, que é essencial.

É imperativo que o professor conheça o aluno e sua história

de vida. Assim, o educador poderá ficar próximo dele, saber

seus interesses e sonhos para, a partir daí, preparar aulas

atrativas e significativas que atenderão às necessidades e

aos interesses da turma.

• As implicações da autoestima para a motivação

A elevada autoestima estimula o aprendizado. O estudante

que goza de elevada autoestima aprende com mais alegria e

facilidade. Quem se julga incompetente e incapaz de aprender

aproxima-se de toda nova tarefa de aprendizagem com

uma sensação de desesperança e medo.

Alunos desmotivados, com baixa autoestima, costumam desenvolver

atitudes como "não sei fazer, não adianta tentar,

não vou conseguir...". Eles necessitam de uma orientação

educacional que inclua estímulos socioafetivos que favoreçam

o desenvolvimento do autoconhecimento, da identidade

pessoal e, com ela, a elevação da autoestima, para

reconstruir seus projetos de estudo e de vida.

• A motivação do professor

Tendo em vista que a atividade acadêmica se realiza de

forma coletiva e em um contexto social, o professor deve

criar um "ambiente motivador". Isso significa desenvolver

em sala de aula situações de aprendizagem em que o aluno

tenha papel ativo na construção do conhecimento, usando

adequadamente os recursos didáticos, a avaliação formativa,

as estratégias de ensino e o conteúdo, proporcionando

atividades desafiadoras, etc. Entretanto, o professor é, por

excelência, o principal agente motivador. Ele precisa estar

motivado, ter compromisso pessoal com a educação, demonstrar

dedicação, entusiasmo, amor e prazer no que faz.

O educador deve ser aquele que estabelece uma relação de

afetividade com o aluno, que busca mobilizar a energia interna

dele. Se o clima de calor humano desenvolvido pelo

professor é percebido no processo de interação, passando a

imagem de pessoa digna de confiança, amistosa, é provável

que os estudantes se esforcem para corresponder às suas expectativas.

Comentários do tipo "você não aprende mesmo!"

ou "você não quer nada, não tem jeito!" danificam a autoestima

do aluno e reforçam o sentimento de incompetência.

A qualidade das relações estabelecidas no interior da sala

de aula tem implicações na motivação do aluno. As pessoas

procuram sentir-se aceitas pelos outros. Podemos chamar

isso de motivação de filiação, ou seja, a necessidade que a

pessoa tem de se sentir aceita e valorizada.

É preciso levar em consideração que fatores socioeconômicos

e biológicos também influenciam a motivação. O professor

não pode considerar o problema do desinteresse do

aluno apenas como uma questão psicológica. A falta de motivação

pode ocorrer, também, pela não satisfação de necessidades

como fome, cansaço e afeto. O importante é avaliar

cada caso e procurar resolvê-lo na medida do possível.

Questões para debater

1- Qual é a relação que existe entre motivação e rendimento

escolar?

2- Onde podemos buscar apoio para melhorar nossa auto-

estima?

3- O professor é realmente importante na motivação para

o estudo?

Fonte: www.mundojovem.com.br

Niusarte Virginia Pinheiro é pedagoga, mestre em Ciências da

Educação, professora na Universidade Federal dos Vales do Jequitinhonha


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